quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Vacinas podem proteger crianças contra câncer, diz estudo

Crianças que receberam determinadas vacinas podem ter menos risco de desenvolver câncer na infância, especialmente um tipo de leucemia, revelou um estudo feito nos EUA. Publicado no The Journal of Pediatrics, o estudo mostra que crianças nascidas em áreas onde a maioria das crianças foi vacinada contra a hepatite B têm 20% menos probabilidade de contrair todos os tipos de câncer infantil do que as nascidas em regiões onde um número menor foi vacinado.
Em especial, as crianças nascidas em áreas de alta aplicação de vacina contra a pólio e séries de vacinas que incluem a hepatite B e a pólio, entre outras doenças, têm de 30% a 40% menos risco de contrair leucemia linfoblástica aguda, um tipo que é mais comum na infância.
Michael Scheurer, da Faculdade Baylor de Medicina, de Houston, Texas, e um dos autores do estudo, avisou que, a despeito da relação aparente, que deve ficar mais clara depois de pesquisas futuras, ainda não se pode dizer "vacine seus filhos e eles não terão câncer". Estudos anteriores mostraram resultados ambíguos. Uma teoria é que algumas infecções comuns podem elevar o risco de uma criança apresentar leucemia, devido ao efeito das infecções sobre o sistema imunológico em desenvolvimento.
As vacinas devem, teoricamente, reduzir esse risco de câncer - a não ser que a própria vacina imite muito estreitamente uma infecção natural. Visando verificar se as crianças nascidas em regiões onde a maioria é vacinada têm mais ou menos chances de contrair câncer que nascidas em regiões com índices inferiores de vacinação, Scheurer e seus colegas usaram dados sobre todos os diagnósticos de câncer no Estado do Texas para identificar 2,8 mil casos de câncer infantil confirmados entre 1995 e 2006 em crianças de 2 a 17 anos.
Para cada criança que recebeu o diagnóstico de câncer, os pesquisadores encontraram quatro outras do mesmo gênero e da mesma idade que não o receberam. Então eles compararam quantas das crianças com ou sem câncer tinham nascido em condados com altos índices de vacinação. De acordo com Scheurer, a descoberta mais importante foi o risco mais baixo de leucemia em regiões com altos índices de vacinação contra hepatite B e pólio.
Scheurer disse que o estudo aponta um benefício adicional da vacinação de rotina na infância - especialmente porque coincide com a notícia recente de que o pesquisador britânico Andrew Wakefield falsificou algumas evidências que supostamente apontavam um vínculo entre vacinas e autismo.

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