segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Estudo identifica gene que dificultaria tratamento de câncer

Pesquisadores espanhóis identificaram um gene, a ciclina E, que é responsável pela resistência ao tratamento do câncer de mama do subtipo HER2 positivo, segundo os cientistas anunciaram nesta segunda-feira em comunicado.
O estudo, liderado por Josep Baselga, do centro hospitalar Vall d'Hebron-Instituto de Oncologia (VHIO), em Barcelona, e em colaboração com o Massachusetts General Hospital Cancer Center (MGH-CC) de Boston, poderia ser traduzido em um tratamento aprimorado capaz de evitar que as pacientes com este subtipo de câncer desenvolvam resistência ao tratamento médico atual.
O centro hospitalar espanhol indicou nesta segunda-feira que o gene ciclina E é a razão pela qual algumas mulheres com esse tipo de câncer desenvolvem resistência ao tratamento com o medicamento "trastuzumab".
Segundo os pesquisadores, esta descoberta abre agora uma via para buscar algum inibidor ou bloqueador da ciclina E. Atualmente, o remédio mais estudado e utilizado na prática clínica contra este subtipo de tumor é o trastuzumab, um anticorpo criado para agir especificamente em uma região extracelular do receptor HER2.
Este anticorpo aumenta as chances de sobrevivência das pacientes com câncer de mama HER2 positivo, mas seu benefício clínico está limitado pela resistência de algumas mulheres. As mesmas fontes explicaram que pessoas que apresentam HER2 e ciclina E, o tratamento com trastuzumab só é efetivo em 33,3% das pacientes, contra 87,5% de resposta no grupo HER2 positivo, mas sem detecção de ciclina.
Na última década, o diagnóstico precoce do câncer, um acompanhamento mais exaustivo das pacientes e, sobretudo, a tipificação do tumor em três grandes subtipos segundo padrões moleculares - os receptores hormonais positivos, HER2 positivos ou ausência de ambos - aumentaram a sobrevivência a esta patologia.
A classificação dos tumores em subtipos permitiu o desenvolvimento clínico de tratamentos específicos para cada um deles, mas apesar destes avanços, ainda há pacientes que não respondem da forma esperada.

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