Meios de Cultura

 ÁGAR CHOCOLATE

PRINCÍPIO
  • Meio de Ágar Chocolate é amplamente utilizado para o cultivo de microrganismos exigentes, embora cresçam neste meio quase todos os tipos de microrganismos.
  • À base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em temperatura alta, o que faz com que as hemácias lisem, liberando hemina e hematina, compostos fundamentais para o crescimento dos microrganismos exigentes.
Observação: se utilizar sangue de carneiro ou coelho no lugar do sangue de cavalo, adicionar os suplementos a base de NAD (coenzima I) e cisteína após resfriar a base achocolatada à aproximadamente 50ºC.

UTILIDADE
  • Crescimento de microrganismos exigentes Haemophilus spp., Neisseria spp., Branhamella catarrhalis e Moraxella spp.
FÓRMULA / PRODUTO
  • Meios comerciais: BHI Ágar *, Columbia Ágar Base, Blood Ágar Base, Mueller Hinton Ágar.
  • Sangue de cavalo, carneiro ou coelho desfibrinado.
  • Recomenda-se o uso da base de BHI Ágar, por apresentar melhor crescimento das cepas exigentes, principalmente cepas de Haemophilus spp.
PROCEDIMENTOS
  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Esfriar a base à temperatura de aproximadamente 80ºC;
  • Adicionar 5 ml de sangue desfibrinado de cavalo para cada 100 ml de base;
  • Homogeneizar bem até lisar totalmente as hemácias e o meio apresentar uma cor castanho escuro (chocolate);
  • Distribuir em placas de Petri de 90 mm de diâmetro.
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Crescimento bom a excelente: Haemophilus influenzae ATCC 10211.
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar de 4 a 10°C por 4 meses.
INOCULAÇÃO
  • Estriar a superfície do meio, usando a técnica de semeadura para isolamento;
  • Incubar a 35ºC por 24 horas.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: castanho escuro (chocolate).
  • Colônias de tamanho pequeno a médio, com pigmento amarelo: sugestivo de Neisseria spp, Branhamella catarrhalis ou Moraxella spp.
  • Colônias pequenas e delicadas, com pigmento creme claro: sugestivo de Haemophilus spp.
RECOMENDAÇÕES
  • Lembrar que é um meio rico e crescem vários tipos de microrganismos.
  • Fazer esfregaço de todas as colônias suspeitas e corar pela técnica de Gram, para confirmar se trata-se ou não de Neisseria spp., Branhamella catarrhalis ou Moraxella spp. (cocos Gram negativos reniformes) ou Haemophilus spp. (bacilos Gram negativos delicados e pleomérficos).
  • Não usar sangue de cavalo vencido.
  • Por ser um meio rico, o crescimento a partir de materiais biológicos em geral costuma ser abundante. 
  • Sempre que necessário, isolar a colônia em estudo para os procedimentos de identificação, para não correr o risco de trabalhar com cepas misturadas.

ÁGAR SALMONELLA-SHIGELLA (SS)

PRINCÍPIO
  • Ágar SS possue componentes (sais de bile, verde brilhante e citrato de sódio) que inibem microrganismos Gram positivos.
  • A incorporação de lactose ao meio permite diferenciar se o microrganismo é lactose positiva (bactérias que fermentam a lactose produzem ácido que na presença do indicador vermelho neutro resultando na formação de colônias de cor rosa), e bactérias que não fermentam a lactose formam colônias transparentes.
  • Tissulfato de sódio e o citrato férrico permitem a detecção de H²S evidenciado por formação de colônias de cor negra no centro.
UTILIDADE
  • Selecionar e isolar espécies de Salmonella e Shigella, em amostras de fezes, alimentos e água.
FÓRMULA / PRODUTO
  • Meio comercial: Ágar SS.
PROCEDIMENTOS
  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Aquecer o meio até fundir o ágar;
  • Não autoclavar;
  • Resfriar até 50°C e distribuir 20 a 25 ml em placas de Petri 90 mm estéreis;
  • Deixar em temperatura ambiente até resfriar;
  • Embalar as placas com plástico PVC transparente e guardar em geladeira de 4 a 8°C.
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Positivo: Salmonella typhimurium ATCC 14028.
  • Negativo: Staphylococcus aureus ATCC 25923.
INOCULAÇÃO
  • Inocular as placas e incubar por 18 a 24 horas;
  • Se negativo após 24 horas, reincubar por mais 24 horas.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: vermelho alaranjado.
  • Colônias com centro negro (H²S) ou colônias incolores: suspeita de Salmonella.
  • Colônias incolores: suspeita de Shigella spp.
  • Colônias cor de rosa ou vermelho: suspeita de Escherichia coli ou Klebsiella spp.
  • As bactérias não fermentadoras de lactose são incolores.
  • As bactérias fermentadoras de lactose aparecem na cor rosa.
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar embalado de 4 a 8°C por 3 meses.
RECOMENDAÇÕES
  • Ausência de crescimento ou crescimento escasso, reincubar a placa mais 24 horas.
  • Não autoclavar, pois a alta temperatura degrada o açúcar contido no meio.

ÁGAR MAC CONKEY

PRINCÍPIO
  • O cristal violeta inibe o crescimento de microrganismos Gram positivos especialmente enterococos e estafilococos.
  • A concentração de sais de bile é relativamente baixa em comparação com outros meios, por isso não é tão seletivo para Gram negativos como, por exemplo, o ágar SS.
UTILIDADE
  • Isolar bacilos Gram negativos (enterobactérias e não fermentadores) e verificar a fermentação ou não da lactose.
FÓRMULA /PRODUTO
  • Meio comercial: Ágar MacConkey.
PROCEDIMENTOS
  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Aquecer sob agitação até fundir o ágar completamente;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Resfriar até 50°C e distribuir 20 a 25 ml em placas de Petri 90 mm estéreis;
  • Deixar em temperatura ambiente até resfriar;
  • Embalar as placas com plástico PVC transparente e guardar em geladeira de 4 a 8°C.
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Positivo: Proteus mirabilis ATCC 12453 (não fermentador de lactose).
  • Positivo: Escherichia coli ATCC 25922 (fermentador de lactose).
  • Negativo: Staphylococcus aureus ATCC 25923.
INOCULAÇÃO
  • Inocular as placas e incubar por 18 a 24 horas;
  • Se negativo após 24 horas, reincubar por mais 24 horas.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: rosa avermelhado.
  • Crescimento de bacilos Gram negativos.
  • Colônias cor de rosa: fermentadoras de lactose.
  • Colônias incolores: não fermentadoras de lactose.
  • Não há crescimento de cocos Gram positivos.
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar as placas embaladas de 4 a 8°C por até 3 meses.

ÁGAR SANGUE

PRINCÍPIO
  • O meio de Ágar sangue, usando uma base rica como abaixo descrita, oferece ótimas condições de crescimento a maioria dos microrganismos. A conservação dos eritrócitos íntegros favorecem a formação de halos de hemólise nítidos, úteis para a diferenciação de Streptococcus spp. e Staphylococcus spp.
UTILIDADE
  • Usado para o isolamento de microrganismos não fastidiosos.
  • Verificação de hemólise dos Streptococcus spp. e Staphylococcus spp.
  • Usado na prova de satelitismo (para identificação presuntiva de Haemophilus spp.).
FÓRMULA / PRODUTO
  • Meio comercial: Blood Ágar Base, Columbia Ágar Base, BHI Ágar, Mueller Hinton Ágar;
  • Sangue desfibrinado de carneiro ou coelho:
    • 5  ml para cada 100 ml de meio base.
    • pH: 6,8 +/- 0,2
PROCEDIMENTOS
  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Esfriar a base à +/- 50ºC;
  • Adicionar 5 ml de sangue desfibrinado de carneiro para cada 100 ml de base;
  • Homogeneizar delicadamente para não formar bolhas;
  • Distribuir em placas de Petri de 90 mm de diâmetro.
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Hemólise beta hemolítica: Streptococcus pyogenes ATCC 19615 ou Staphylococcus aureus ATCC 25923.
  • Hemólise alfa hemolítica: Streptococcus do grupo viridans ou Streptococcus pneumoniae ATCC 6305.
  • Hemólise gama (sem hemólise): Enterococcus faecalis ATCC 29212 ou Staphylococcus epidermidis ATCC 12228.
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar de 4 a 10°C por 4 meses.
INOCULAÇÃO
  • Estriar a superfície do meio, usando a técnica de semeadura para isolamento;
  • No final da semeadura, picar o meio com a alça para verificar hemólise em profundidade;
  • Incubar à 35ºC 24 horas.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: vermelho.
  • Beta hemólise: presença de halo transparente ao redor das colônias semeadas (lise total dos eritrócitos).
  • Alfa hemólise: presença de halo esverdeado ao redor das colônias semeadas (lise parcial dos eritrócitos).
  • Gama hemólise (sem hemólise): ausência de halo ao redor das colônias (eritrócitos permanecem íntegros).
RECOMENDAÇÕES
  • Não usar sangue de carneiro vencido, pois o meio fica hemolisado ou com cor muito escura, dificultando o estudo de hemólise;
  • Não usar sangue humano, pois alguns microrganismos não apresentam hemólise;
  • Não adicionar o sangue na base do meio quente, pois as hemácias rompem-se, dificultando o estude de hemólise;
  • Por ser um meio rico, o crescimento a partir de materiais biológicos em geral costuma ser abundante, sempre que necessário, isolar a colônia em estudo para os procedimentos de identificação, para não correr o risco de trabalhar com cepas misturadas.

ÁGAR SABOURAUD

PRINCÍPIO
  • Meio com nutrientes que favorece o crescimento de diversos fungos leve duriformes e filamentosos.
UTILIDADE
  • Cultivo e crescimento de espécies de Candidas e fungos filamentosos, particularmente associados a infecções superficiais.
  • Caracterização macroscópica do fungo filamentoso (colônia gigante).
FÓRMULA / PRODUTO
  • Meio comercial: Sabouraud Dextrose Ágar.
PROCEDIMENTOS
  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Resfriar à +/- 50ºC e distribuir em placas de 90 mm de diâmetro ou 4 ml por tubo;
  • Se distribuir em tubos, deixar solidificar com inclinação em forma de bico de flauta (ângulo de 45º).
  • pH: 5,6 +/- 0,1
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Crescimento bom a excelente: Candida albicans ATCC 10231, Aspergillus niger ATCC 16404.
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar embalado de 4 a 8°C por até 6 meses.
INOCULAÇÃO
  • Inocular sempre dois tubos ou placas;
  • Se em placa: semear com a técnica de semeadura quantitativa;
  • Se em tubo: semear na superfície inclinada do meio;
  • Incubar um dos meios semeados em temperatura ambiente e o outro à 37ºC;
  • Observar diariamente a presença ou não de crescimento;
  • Incubar 40 dias.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: amarelo claro opalescente.
  • Após o crescimento, deve-se seguir a identificação do microrganismo que cresceu.
RECOMENDAÇÕES
  • Recomenda-se o uso de meios em tubos, pois a incubação demorada resseca com facilidade o
  • meio contido em placas.
  • Não usar meios vencidos e/ou ressecados.
  • Para suspeitas de Histoplamasma capsulatum e Paracoccidioides brasiliensis, semear em BHI ágar.



ÁGAR NUTRIENTE


PRINCÍPIO
  • O Nutriente Ágar é um meio relativamente simples, de fácil preparação e barato, muito usado nos procedimentos do laboratório de Microbiologia.
UTILIDADE
  • nutriente ágar tem várias aplicações no laboratório de Microbiologia, e pode ser utilizado para análise de água, alimentos e leite como meio para cultivo preliminar das amostras submetidas à exames bacteriológicos e isolamento de organismos para culturas puras.
  • uso mais freqüente é para a conservação e manutenção de culturas em temperatura ambiente neste ágar, como método opcional para os laboratórios que não dispõem do método da crioconservação (congelamento das cepas em freezer à - 70ºC).
  • Usado para observar esporulação de espécies de bacilos Gram positivos. 
FÓRMULA / PRODUTO
  • Produto: Nutriente Ágar
  • Fórmula:
    •  Extrato de carne 3 g
    •  Peptona 5 g
    •  Ágar ágar 15 g
    •  Água destilada 1000 ml
    •  pH: 6,8 +/- 0,2
PROCEDIMENTOS
  • Pesar e hidratar os componentes;
  • Fundir;
  • Distribuir 3 ml por tubo;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Após retirar da autoclave, inclinar os tubos ainda quentes para que solidifiquem com a superfície em forma de "bico de flauta" (ângulo de 45º).
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Crescimento bom a excelente:
    • Escherichia coli ATCC 25922
    • Streptococcus pneumoniae ATCC 6305
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar embalado de 4 a 8°C por até 3 meses.
INOCULAÇÃO
  • Estriar a superfície inclinada do meio;
  • Incubar.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: branco opalescente
  • Positivo: Crescimento na superfície do ágar;
  • Negativo: Ausência de crescimento.
RECOMENDAÇÕES
  • Usar tubos com tampa de rosca para evitar ressecamento do ágar.
  • Repicar as cepas conservadas a cada 3 meses.
  • Conservar as cepas após o crescimento no meio em temperatura ambiente.
  • Por ser um meio nutritivo, a ausência de crescimento não deverá ocorrer.



ÁGAR CLED
PRINCÍPIO
  • Usado para isolamento e quantificação de microrganismos presentes em amostras urina. A deficiência de eletrólitos inibe o véu de cepas de Proteus.
UTILIDADE
  • Isolar e quantificar microrganismos Gram positivos, Gram negativos e leveduras.
FÓRMULA / PRODUTO
  1. Meio comercial: Ágar Cled.
PROCEDIMENTOS
  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Resfriar à +/- 50°C e distribuir de 20 a 25 ml em placas de Petri 90 mm estéreis;
  • Deixar em temperatura ambiente até resfriar.
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Positivo:
    •  Lactose positiva: Escherichia coli ATCC 25922: crescimento moderado a denso, colônias médias ou grandes amareladas, após 48 horas de incubação.
    •  Lactose negativa: Proteus vulgaris ATCC 8427: crescimento moderado a denso, colônias azuis translúcidas.
  • Negativo: ausência de crescimento
INOCULAÇÃO
  • Verificar técnica de semeadura quantitativa.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: azul claro.
  • Colônias lactose positiva: cor amarela.
  • Colônias lactose negativa: cor azul.
Características de crescimento:
  • Escherichia coli: colônias opacas, amarelas com ligeira cor amarelo escuro no centro, com cerca de 1,25 mm de diâmetro, as não fermentadoras de lactose colônias azuis
  • Espécies de Klebsiella: colônias muito mucosas, cor variável de amarelo a branco azulado
  • Espécies de Proteus: colônias azul translúcidas, geralmente menor que E.coli
  • Espécies de Salmonella: colônias planas, cor azul
  • Enterococcus faecalis: colônias amarelas, com cerca de 0,5 mm de diâmetro
  • Staphylococcus aureus: colônias amarelas, com cerca de 0,75 mm de diâmetro
  • Staphylococcus coagulase negativa: colônias amarelo palha e brancas
  • Corynebacterium: colônias pequenas e cinza
  • Lactobacilos: colônias pequenas e com superfície rugosa
  • Pseudomonas aeruginosa: colônias verdes, com superfície prateada e periferia rugosa
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar embalado de 4 a 8°C por até 3 meses.
RECOMENDAÇÕES
  • Organismos que fermentam lactose baixam o pH e mudam a cor do meio de verde para amarelo, podendo assim verificar se o microrganismo é lactose negativa ou positiva;
  • Espécies de Shigella não crescem em meios deficientes em eletrólitos.


CALDO BHI – BRAIN HEART INFUSION


PRINCÍPIO
  • É um meio derivado de nutrientes de cérebro e coração, peptona e dextrose.
  • A peptona e a infusão são fontes de nitrogênio, carbono, enxofre e vitaminas.
  • A dextose é um carboidrato que os microrganismos utilizam para fermentação.
UTILIDADE
  • Meio para cultivo de estreptococcos, pneumococos, meningococos, enterobactérias, não fermentadores, leveduras e fungos.
  • Pode ser utilizado na preparação do inóculo para teste de susceptibilidade aos antimicrobianos, para realização de teste de coagulase em tubo, para teste de crescimento bacteriano a 42 e 44°C e para teste de motilidade em lâmina.
FÓRMULA / PRODUTO
  • Meio comercial: Caldo BHI (infusão de cérebro e coração).
PROCEDIMENTOS
  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Distribuir 3,0 ml em tubos com tampa de rosca;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Retirar os tubos da autoclave e deixar esfriar em temperatura ambiente.
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Positivo: Streptococcus pneumoniae ATCC 6305 e Candida albicans ATCC 10231.
  • Negativo: meio sem inocular.
INOCULAÇÃO
  • Com o auxílio de uma alça ou fio bacteriológico, inocular a colônia ou o material a ser testado - realizar o teste com colônias puras de 18 a 24 horas;
  • Incubar a 35°C ±2 por 24 a 48 horas;
  • Para isolamento de fungos incubar por até 5 dias.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: amarelo claro, límpido.
  • Positivo: presença de turvação = crescimento bacteriano.
  • Negativo: ausência de turvação.
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar de 4 a 10°C por 6 meses.
RECOMENDAÇÕES
  • Para cultivo de anaeróbios, acrescentar 0,1% de ágar.
  • Para crescimento de Haemophilus e outros fastidiosos é necessário adição de suplementos a base de L-cisteína, NAD (fator V) e hemina (fator X).



LÖWENSTEIN JENSEN

PRINCÍPIO
  • A base do meio é constituída por ovos integrais, o que permite amplo crescimento das micobactérias e o crescimento é satisfatório para o teste de niacina (que é positivo para Mycobacterium tuberculosis).
UTILIDADE
  • Isolamento primário das micobactérias.
FÓRMULA / PRODUTO
  • Meio comercial: Meio TB para Bacilos de Koch Seg. Löwenstein Jensen ou Löwenstein Medium Base
  • Ovos de galinha frescos
Meio base - fórmula:
  • Fosfato monopotássico 1,2 g
  • Sulfato de magnésio 0,12 g
  • Citrato de magnésio 0,3 g
  • L-asparagina 1,8 g
  • Fécula de batata 15,0 g
  • Glicerol 6,0 ml
  • Ovos totais 500 ml
  • Solução de Verde de malaquita a 2% 10 ml
Solução de Verde de malaquita à 2% - Fórmula:
  • Verde de malaquita 2 g
  • Água destilada 100 ml
PROCEDIMENTOS
Preparação dos ovos:
  • Escovar os ovos, um a um, com escova de cerdas macias;
  • Deixar os ovos submersos em água e detergente comum, durante 30 minutos;
  • Enxaguar com água corrente cuidadosamente um a um;
  • Deixar os ovos submersos em álcool etílico a 70% durante 30 minutos;
  • Retirar os ovos cuidadosamente e secar com pano estéril;
  • Reservar os ovos.
Solução de Verde de malaquita a 2%:
  • Pesar o verde de malaquita e adicionar a água;
  • Homogeneizar bem até dissolver o corante;
  • Esterilizar em vapor fluente durante 30 minutos;
  • Reservar a solução.
Meio comercial:
  • Pesar e hidratar o meio conforme instruções do fabricante;
  • Adicionar o glicerol e aquecer o meio, agitando constantemente até ferver;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Resfriar a base à 45 - 50ºC;
  • Quebrar os ovos, um a um, cuidadosamente em copo de béquer estéril e transferir, um a um, para uma proveta estéril de 500 ml;
  • Completar a proveta com ovos até completar 500 ml;
  • Transferir os ovos para um copo de liqüidificador estéril - se não tiver liqüidificador próprio para laboratório, transferir os ovos para um balão de 1000 ml contendo pérolas de vidro de tamanho médio, ambos estéreis;
  • Homogeneizar os ovos;
  • Passar os ovos para o balão que contém a base fria, filtrando em funil e gaze estéril;
  • Adicionar o verde de malaquita;
  • Homogeneizar bem;
  • Deixar repousar durante 30 minutos para as bolhas da superfície estourarem;
  • Distribuir 10 a 12 ml por tubo de rosca estéril;
  • Colocar os tubos no coagulador inclinados com a superfície em forma de bico de flauta (ângulo de 45º) durante 50 minutos a 85ºC - se não tiver coagulador, pode-se coagular os ovos em banho de areia à 85ºC colocado em estufa de esterilização, também por 50 minutos, tendo o cuidado de verificar a temperatura constantemente.
Meio não comercial:
  • Diluir a L-asparagina em pouca água e dissolver aquecendo lentamente no bico de Bunsen;
  • Acrescentar os demais componentes, exceto os ovos e o verde de malaquita;
  • Esterilizar em autoclave;
  • Seguir os passos 4 ao 14 listados acima.
CONTROLE DE QUALIDADE
  • Esterilização: colocar todos os tubos em estufa;
  • Crescimento bom a excelente:
    • Mycobacterium tuberculosis ATCC 25618
    • Mycobacterium avium ATCC 25291
CONSERVAÇÃO E VALIDADE
  • Conservar entre 4 a 8ºC por 3 meses.
INOCULAÇÃO
  • Para materiais biológicos de sítios contaminados, fazer descontaminação prévia pelas técnicas desejadas (Petroff, NALC, Lauril sulfato de sódio, Corper & Stoner modificado);
  • Semear 5 gotas ou mais, cobrindo bem a superfície do meio;
  • Manter os tubos inclinados com a tampa semi aberta até secar bem o inóculo;
  • Depois de seco o inóculo, rosquear os tubos e incubar 60 dias à 35ºC;
  • Semanalmente, abrir as tampas próximo ao bico de Bunsen para ventilar os cultivos e observar a presença ou não de crescimento.
INTERPRETAÇÃO
  • Cor original do meio: verde claro
  • Positivo: Crescimento de colônias amarelas
  • Negativo: ausência de crescimento.
RECOMENDAÇÕES
  • Como é um meio rico em proteínas, bactérias proteolíticas contaminam o meio, liqüefazendo-o, para isto, deve-se fazer uma leitura com 24 horas de incubação para tirar as culturas que possam ter contaminado;
  • Não usar ovos velhos;
  • Não quebrar mais que um ovo por vez, pois pode ter algum estragado e contaminar os demais;
  • Manter sempre mais que um béquer estéril para o caso de haver algum ovo estragado;
  • Não liberar culturas negativas com tempo inferior a 60 dias de incubação, pois as micobactérias
  • desenvolvem-se lentamente;
  • Fazer um esfregaço do crescimento e corar pela técnica de Ziehl para confirmar ser um Bacilo Álcool Ácido Resistente, pois alguns contaminantes podem crescer com pigmento amarelo.



BRILLIANT GREEN AGAR 

Salmonella on BGA

UTILIZAÇÃO PRETENDIDA 
  • O agar verde Brilliant Green Agar é um meio altamente selectivo, usado para o isolamento  de outras salmonelas que não as S. Typhi, existentes nas fezes e noutros materiais. 

PRINCIPIO E EXPLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO 
Método microbiológico  
  • O uso do agar verde brilhante para o isolamento das salmonelas foi descrito pela primeira vez  por Kristensen et al. Mais tarde, Kauffmann modificou o meio. Verificou-se que o meio permitia  a inoculação de inóculos pesados em contextos clínicos e não clínicos. Este facto é  mencionado na Farmacopeia dos Estados Unidos da América para o teste de limite microbiano,  bem como na Farmacopeia Europeia, e é utilizado na análise de produtos lácteos e em manuais de microbiologia clínica.
  • No agar verde Brilliant Green Agar o extracto de levedura e duas peptonas fornecem os  nutrientes; a lactose e a sacarose, juntamente com o vermelho de fenol, fornecem um sistema  de diferenciação que exclui os fermentadores da lactose e/ou sacarose (ex: E. Coli), enquanto  que as salmonelas não produzem ácido a partir destes açúcares. O agar Brilliant Green é o  agente selectivo que inibe a flora de acompanhamento. 

REAGENTES 
Fórmula* por Litro de Água Purificada 
Brilliant Green Agar  
  • Extracto de levedura  3,0 g 
  • Bacto Proteose Peptone (peptona proteose) 10,0 
  • Lactose  10,0 
  • Sacarose  10,0 
  • Cloreto de sódio  5,0 
  • Vermelho de fenol  0,08 
  • Agar  20,0 
  • Brilliant Green  12,5 mg 

pH 6,9 ± 0,2 
*Ajustada e/ou suplementada conforme necessário para cumprir os critérios do desempenho. 

PRECAUÇÕES 
  • Apenas para uso profissional .
  • Não utilizar as placas que apresentem sinais de contaminação microbiana, descoloração,  secura, fissuras ou outros sinais de deterioração. 
  • Consultar as INSTRUÇÕES GERAIS DE UTILIZAÇÃO para informação sobre os  procedimentos de manuseamento asséptico, os riscos biológicos e os procedimentos de  eliminação do produto usado. 

ARMAZENAMENTO E PRAZO DE VALIDADE 
  • Após recepção das placas, conservar no escuro a uma temperatura entre 2 e 8°C, dentro do  invólucro original até ao momento da utilização. Evitar congelar e aquecer excessivamente. As  placas podem ser inoculadas até ao prazo de validade (ver a etiqueta da embalagem) e  incubadas durante o tempo de incubação recomendado.
  • As placas são fornecidas em pilhas de 10 placas e, quando uma destas pilhas é aberta, as  respectivas placas terão de ser utilizadas no prazo máximo de uma semana, se forem  conservadas em local limpo a uma temperatura entre 2 e 8°C. 


CONTROLO DE QUALIDADE PELO UTILIZADOR 
  • Inocular amostras representativas com as seguintes estirpes (para mais detalhes, consultar as  INSTRUÇÕES GERAIS DE UTILIZAÇÃO). Incubar as placas em condições aeróbias, a uma  temperatura de 35 a 37°C, durante 18 a 48 horas.  



PROCEDIMENTO 
Materiais fornecidos 
  • BD Brilliant Green Agar (placas Stacker de 90 mm). Microbiologicamente controlados. 

Materiais não fornecidos 
  • Meios de cultura auxiliares, reagentes e equipamento de laboratório conforme necessário. 

Tipos de amostra 
  • Amostras de fezes de doentes com suspeita de estarem infectados com Salmonela (ver  também CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO E LIMITAÇÕES DO PROCEDIMENTO),  ou materiais de animais ou alimentares.  

Procedimento do teste 
  • Espalhar a amostra directamente ou inocular o meio com uma pequena quantidade de crescimento de um meio de enriquecimento líquido, como o Tetrationato. Devem ser incluídos, também, um ou dois meios menos selectivos, especialmente quando a população existente no material é baixa. Espalhar para diluição e incubar as placas em condições de aerobiose, a uma temperatura de 35 a 37°C, durante 42 a 48 horas. Ler as placas após 18 a 24 horas e após 42 a 48 horas. 

Resultados 
A aparência típica dos organismos existentes no agar verde BD Brilliant Green Agar é a seguinte: 

         

CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO E LIMITAÇÕES DO PROCEDIMENTO 
  • O agar verde BD Brilliant Green Agar é um meio altamente selectivo, usado para o isolamento  de salmonelas e que permite o isolamento destes organismos mesmo em materiais fortemente  contaminados, incluindo as fezes.
  • Devem ser inoculados com a amostra / material meios menos selectivos para o isolamento de Salmonelas e também uma placa de agar MacConkey. 
  • Embora algumas estirpes cresçam, o agar BD Brilliant Green Agar não é apropriado para o  isolamento de Salmonella Typhi e S. Paratyphi. 
  • Embora possam ser realizados alguns testes de diagnóstico directamente neste meio, é  necessária a realização de testes bioquímicos e serológicos para uma completa identificação.