terça-feira, 10 de maio de 2011

Aplicativo para iPhone promete diagnosticar derrames cerebrais

ResolutionMD Mobile (Foto: Divulgação)
A Universidade de Calgary, no Canadá, desenvolveu um aplicativo para iPhone que tem a proposta de diagnosticar derrames cerebrais com a mesma exatidão de um laboratório.
A universidade afirmou que o aplicativo chamado de "ResolutionMD Mobile", que também está disponível para uso em aparelhos móveis que utilizam o sistema operacional Android, pode ser de grande utilidade no meio rural.
"O aplicativo permite uma visualização avançada e pesquisas mostram que sua precisão é entre 94% e 100% se comparado a um laboratório para o diagnóstico de derrames agudos", disse o médico Ross Mitchell, que desenvolveu o software original para iPhone.
O médico acrescentou que "em uma emergência médica, a representação de imagens médicas desempenha um papel importante no diagnóstico e no tratamento e o tempo é determinante no atendimento de derrames agudos".
As conclusões de Mitchell estão baseadas em um estudo realizado pela médica Mayank Goyal, também da Universidade de Calgary, no qual dois neuroradiologistas analisaram em um laboratório e em um iPhone 120 exames de tomografia computadorizada não contrastada (NCCT) e 70 angiografias de tomografia computadorizada (CTA).
"Fomos surpreendidos pela capacidade de detectar dados sutis no CTA utilizando este software. Outra vantagem desta plataforma foi sua capacidade de conduzir facilmente e de forma massiva conjuntos de mais de 700 imagens".
O aplicativo realiza todo o trabalho de computação em tempo real e os médicos podem ver e manipular as imagens em segundos, enquanto outras ferramentas similares necessitam de até 20 minutos para descarregar os dados.
O software está sendo criado pela Calgary Scientific e a companhia prevê que nos próximos dois anos mais de 50 mil hospitais de todo o mundo terão instalado o programa em suas redes.
O estudo de Goyal foi divulgado na última edição da publicação médica "Journal of Medical Internet Research".

Tamanho do dedo anelar pode ajudar a revelar doença motora, diz estudo

Anelar doençca 1 (Foto: SPL / via BBC)
Uma pesquisa publicada esta semana sugere que o comprimento dos dedos da mão pode ser um dos componentes para revelar o risco de doenças neuromotoras. Os pesquisadores britânicos mediram o tamanho do dedo de 110 pessoas, incluindo 47 com esclerose lateral amiotrófica (ELA).
O estudo - publicado na revista científica "Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry" - sugere que há uma relação entre doenças motoras e o tamanho do dedo anelar, quando comparado ao comprimento do dedo indicador.
Alguns especialistas acreditam que o tamanho dos dedos da mão poderia identificar diversas características, como agressividade ou habilidade para praticar esportes. Uma teoria afirma que o tamanho do dedo anelar é definido, entre outros fatores, pela quantidade do hormônio masculino testosterona a qual o bebê é exposto ainda na fase de gestação.
Em geral, homens possuem dedos anelares mais compridos do que os indicadores, enquanto o contrário é observado na maioria das mulheres.
"Esta relação entre o comprimento dos dedos é, acredita-se, um sinal de altos níveis de testosterona na fase pré-natal, e nossos resultados são, portanto, consistentes com a hipótese de que os níveis de testosterona durante o desenvolvimento alteram o risco de ELA", afirma o estudo publicado na revista.
A pesquisa foi conduzida pela equipe pelo professor de neurologia Ammar Al-Chalabi da universidade britânica King's College London. O diretor da Associação de Doenças Neuromotoras da Grã-Bretanha, Brian Dickie, afirma que o estudo levanta questões interessantes, mas recomenda mais pesquisa no campo.
"É importante lembrar que a exposição a altos níveis de testosterona no útero não causa diretamente doenças neuromotoras", afirma Dickie. "Muitas pessoas com dedos anelares compridos nunca vão desenvolver doenças neuromotoras, já que acreditamos que há vários outros fatores genéticos e externos que precisam coincidir para desencadear o mal."

Um em cada sete derrames acontece enquanto a pessoa está dormindo

14% dos AVCs começam durante o sono. Foto: Getty Images
Uma pesquisa da Universidade de Cincinnati, nos EUA, revelou que aproximadamente um em cada sete Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC’s) – também chamados de derrames – ocorrem durante o sono. O estudo foi publicado pela revista “Neurology”, que é ligada à Associação Norte-americana de Neurologia.
Dentre os 1.854 ataques estudados, 273 – ou 14,7% – só foram percebidos no momento em que o paciente acordou. Segundo o levantamento, a porcentagem é a mesma, independentemente de sexo, estado civil e de fatores de risco como pressão alta, diabetes, tabagismo ou colesterol alto.Os autores do artigo analisaram por um ano todos os casos de ataques isquêmicos – aqueles em que corrente sanguínea é bloqueada no cérebro – em atendimentos de emergência na região metropolitana Cincinnati e no Norte do estado de Kentucky.
“Como o único tratamento para o ataque isquêmico deve ser feito dentro de poucas horas após os primeiros sintomas, quem acorda com os sintomas muitas vezes não pode ser tratado, já que não sabemos quando os sintomas começaram”, afirmou o autor Jason Mackey, em material divulgado pela universidade.
“Técnicas de mapeamento estão sendo desenvolvidas e testadas e vão nos ajudar a determinar melhor quando os derrames aconteceram, para que os pacientes possam receber o tratamento adequado”, explicou o cientista.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Brilho diferente em olho leva a diagnóstico de câncer em bebê

Retinoblastoma 1 (Foto: BBC)
Ativistas querem que pais sejam alertados sobre uma forma rara de câncer que pode ser detectada através de sinais no olho da criança.
O retinoblastoma, um tumor maligno da retina que afeta crianças com menos cinco anos de idade, pode levar à remoção do olho se houver demora no tratamento.
Detectar a presença do tumor o mais rápido possível pode acabar sendo decisivo - o que pode ser feito com ajuda de uma mera fotografia.
O sinal mais claro do retinoblastoma é um tipo de brilho branco na pupila do olho, causado pelo reflexo da luz do tumor na parte posterior do olho do bebê. Ele pode ser detectado em fotos do rosto da criança, especialmente quando a cor branca de um olho contrasta com a cor do outro olho.
Ali Fryer, mãe do pequeno Darcey, deve à observação de uma amiga o diagnóstico de sua filha de seis meses, que se deu em fevereiro.
"Uma ex-aluna de piano minha viu um pequeno brilho no olho direito de Darcey (em uma foto) e sugeriu que eu a levasse ao médico. Eu a levei na manhã seguinte e nosso médico nos conduziu diretamente para a emergência. Naquela tarde mesmo (o diagnóstico) foi confirmado", conta a mãe.
Ali nunca havia ouvido falar dessa condição. Ela e seu marido não tinham ideia do futuro que seria reservado à sua filha. Foi uma época confusa e penosa. "Se o tumor tivesse sido um pouco maior, o olho dela teria de ser removido. No momento há um chance de que em seis meses a quimioterapia possa salvar seu olho", conta a mãe.
Tratamento
Darcey foi submetida a quimioterapia e a exames regulares sob anestesia, para avaliar o seu progresso.
A criança conta com uma chance de 50% de manter o seu olho direito. Há o perigo de que o tumor se propague para o olho esquerdo - mas é raro que isso aconteça. No momento, a quimioterapia vem reduzindo o retinoblastoma e Darcey está lidando bem com os efeitos colaterais.
A mãe conta que foram prescritos remédios que visam amenizar os efeitos colaterais do tratamento, como uma solução de lactose para combater a constipação, e "um creme maravilhoso para prevenir o ressecamento da pele e a perda de cabelo". "Bem, ela só tem alguns fios, de qualquer maneira", afirma Ali.
A família vem recebendo a visita de enfermeiras duas vezes por semana. Elas monitoram a quimioterapia e realizam testes sanguíneos.
Na Grã-Bretanha, a retinoblastoma afeta um em cada 20 mil bebês por ano e representa 3% dos tipos de câncer no país.
A boa notícia é que 98% das crianças submetidas a tratamento sobrevivem. Mas cerca de 80% das crianças afetadas acabam tendo o olho removido porque a maior parte dos casos não é diagnosticada cedo o suficiente.
Retinoblastoma 2 (Foto: BBC)
Prevenção
Ashwin Reddy, cirurgião ocular infantil e perito em retinoblastoma do Royal London Hospital diz que o tumor é capaz de matar.
"Detectar o reflexo branco ou brilho branco no olho pode fazer uma diferença vital porque, assim, o tumor não vai estar tão evoluído e nós não seremos obrigados a remover o olho", afirma.
A quimioterapia é o tratamento padrão para o retinoblastoma, mas também podem ser usados terapia a laser e radioterapia.
Um tipo relativamente novo de quimioterapia no qual medicamentos são submetidos diretamente ao olho por meio de uma artéria na perna evita as tradicionais complicações decorrentes da quimioterapia tradicional, que é aplicada através de uma linha intravenosa central.
Mas ainda não há garantias de que novos tratamentos sejam bem-sucedidos. Crianças que acabam tendo de ter seu olho removido podem tê-lo substituído por um olho artificial aplicado seis semanas após a operação.
Ali Fryer adverte para a a necessidade de detectar os sinais da retinoblastoma ainda no estágio inicial.
"Se você constatar algo incomum no olho de seu bebê ou de sua criança, por favor leve-a ao médico. Pode muito bem não ser nada e você poderá permanecer tranquilo. Ou pode ser algo que exige tratamento. E se for retinoblastoma, você poderá salvar os olhos de sua criança, se não a própria vida dela."

domingo, 8 de maio de 2011

Cientistas localizam área do cérebro responsável pela espontaneidade

Um estudo do Instituto Max Planck de Ciências do Cérebro e Cognição Humana, em Leipzig, Alemanha, descobriu qual parte do cérebro é responsável pela espontaneidade. Esse fenômeno ocorre na amídala – uma região do cérebro, que não deve ser confundida com o órgão que se localiza no pescoço e também é conhecido como “tonsila”.
O estudo foi feito com o mapeamento do cérebro de músicos de jazz. Eles ouviam a gravações de outros músicos tocando e deveriam dizer se aquelas canções tinham sido ensaiadas ou se eram improvisos. “Sabemos hoje que, durante a percepção das ações, as áreas ativas do cérebro são similares à da execução da mesma ação”, justificou Annerose Engel, uma das pesquisadoras.
Nas situações em que os participantes consideravam que a melodia era improvisada – sem importar se ela realmente fosse –, era registrada atividade cerebral mais forte na região correspondente.
No exercício, os pesquisadores perceberam que não só a experiência musical era importante para perceber ou não a espontaneidade; a capacidade de se pôr no lugar de outra pessoa também desempenhou um papel importante.

sábado, 7 de maio de 2011

Casos de dengue em São Paulo caem quase 80% em relação a 2010

Larvas do mosquito da dengue em Ribeirão Preto (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Balanço divulgado nesta sexta-feira (6) pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que o número de casos de dengue no primeiro quadrimestre de 2011 foi 79,3% inferior ao registrado no mesmo período de 2010. Os municípios paulistas notificaram 32.494 casos relativos à transmissão dentro do estado durante quatro meses. No primeiro bimestre do ano passado houve 157.506 casos.
Do total de casos de dengue, 25% estão concentrados em Ribeirão Preto, que registrou 8,4 mil ocorrências. Outras seis cidades registraram mais de mil casos: Bauru (1.818), Taubaté (1.687), Lorena (1.670), São Paulo (1.530), Araraquara (1.135) e Campinas (1.092).
Ao todo, foram confirmadas 12 mortes pela doença, nos municípios de Andradina, Cândido Mota, Caraguatatuba, Cosmópolis, Ribeirão Preto, Sertãozinho, Votuporanga, São José do Rio Preto, Sumaré e Taubaté. Cerca de 80% da circulação viral de dengue no estado é do tipo 1. Os demais 20% dividem-se entre os tipos 2 e 4, este último ainda restrito à região de São José do Rio Preto.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Febre aftosa é transmitida a animais por período menor que o estimado

Febre aftosa 2 (Foto: Science / AAAS)
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Edimburgo e do Laboratório Pirbright, ambos no Reino Unido, mostra que o vírus da febre aftosa só pode ser transmitido durante um curto período da vida do animal. O tempo é quase metade do previsto anteriormente pela comunidade científica. O trabalho foi publicado na revista “Science” nesta sexta-feira (6).
A doença causa lesões na boca e nas patas, febre e secreção nasal em bois, porcos, cabras e ovelhas e pode levar à morte ou à necessidade de sacrifício dos animais.
A equipe agora busca formas para diagnosticar a febre aftosa no campo, após os primeiros sintomas surgirem, mas antes da possibilidade de um animal transmitir a ameaça a outro.Segundo os pesquisadores, o bezerro só pode transmitir o vírus da doença por um período menor que 2 dias. Após esse tempo, a defesa natural do mamífero entra em ação e limita o número de vírus gerados. O estudo mostra que a chance de passar o micro-organismo adiante só aparece 12 horas após o surgimento dos primeiros sinais clínicos.Durante o estudo, bezerros foram postos ao lado de outros saudáveis, em pares, durante oito horas, para que o vírus causador da febre aftosa pudesse ser transmitido. Ao todo, foram feitas 28 dessas tentativas. Apenas 8 animais foram contaminados. A pesquisa inteira contou com o uso de 44 mamíferos.
A maior epidemia de febre aftosa aconteceu em 2001, no Reino Unido, levando à morte de centenas de milhares de animais e à perda de bilhões de libras esterlinas antes de a doença ser controlada.

Café, exercícios e assoar o nariz são 'gatilhos' de derrames, diz estudo

Jason Rogers/Divulgação
Café, exercícios e assoar o nariz são os principais gatilhos de derrames provocados por rompimento de artérias ou vasos sanguíneos, segundo uma pesquisa feita na Holanda. O estudo feito com 250 pacientes identificou oito fatores de risco que estariam ligados a sangramentos desse tipo no cérebro.
Todos eles provocam um súbito aumento na pressão arterial, que pode provocar ruptura dos vasos sanguíneos, de acordo com pesquisa, publicada na revista especializada britânica "Stroke".
Os pesquisadores do University Medical Center, em Utrecht, acompanharam 250 pacientes durante três anos para identificar o que provoca derrames. Todos os fatores citados na pesquisa aumentam a pressão arterial capaz de resultar em ruptura dos vasos sanguíneos, de acordo como estudo.O sangramento pode acontecer quando um vaso sanguíneo enfraquecido, conhecido como um aneurisma cerebral, estoura. Isso pode resultar em danos cerebrais ou morte.
Segundo a Stroke Association, uma entidade assistencial britânica voltada para o tratamento de acidente vascular cerebral (AVCs), serão necessárias mais pesquisas para verificar se os fatores citados podem de fato provocar derrames.
Apenas no Reino Unido, mais de 150 mil pessoas sofrem de um AVC por ano, dos quais quase 29 mil se devem a sangramentos no cérebro.
O estudo revelou ainda que café foi o responsável por 10,6% dos casos em que o aneurisma rompeu. Exercícios vigorosos e assoar o nariz foram os "gatilhos" de derrames respectivamente em 7,9% e 5,4% dos casos. Fazer sexo e fazer esforço para defecar responderam por 4,3% e 3,6%.
De acordo com a neurologista Monique Vlak, autora do estudo, "todos esses fatores induzem a um súbito aumento da pressão sanguínea, o que parece ser uma causa possível para a ruptura do aneurisma".
A pesquisa mostra ainda que uma em cada 50 pessoas tem um aneurisma cerebral, mas somente algumas poucas sofrem um derrame.
O estudo só se debruçou sobre elementos que causam a ruptura. A alta pressão sanguínea enfraquece os vasos sanguíneos e isso pode ser provocado por se estar acima do peso, pelo fumo e por falta de exercícios físicos.
Sharlim Ahmed, pesquisador da Stroke Assocation, afirmou que "um súbito aumento da pressão sanguínea pode aumentar a possibilidade de ruptura de um aneurisma. Mas é muito difícil determinar se os fatores identificados nesses estudos estão definitivamente relacionados com um derrame ou se seriam apenas coincidências".
"É preciso realizar diversos outros estudos para aferir se cada um desses fatores identificados pode fazer com que um aneurisma se rompa", comentou Ahmed.

Estudo sugere receita ideal de suco com 7 frutas para proteger coração

Uma pesquisa francesa indica que uma receita que mistura o suco de sete frutas pode diminuir o risco de ataque cardíaco e derrame.
Os cientistas testaram diferentes 'vitaminas' com 13 frutas diferentes e descobriram - em testes de laboratório com porcos - que algumas misturas eram mais efetivas em fazer com que as paredes das artérias relaxassem.
A receita ideal, segundo os pesquisadores, inclui frutas fáceis de se encontrar no Brasil, como maçã, uva, morango e acerola. Mas encontrar os demais ingredientes - mirtilo, lingonberry (amora-alpina ou arando-vermelho) e chokeberry (conhecida nos Estados Unidos como aronia)- pode ser uma tarefa complicada.
Polifenóis
Estudos anteriores revelaram que compostos encontrados nas frutas, os polifenóis, protegem o coração e impedem o entupimento das artérias.
Os cientistas franceses decidiram então testar o efeito antioxidante de diferentes misturas de sucos de frutas.
Segundo os pesquisadores da Universidade de Estrasburgo, o coquetel de sete frutas mais efetivo testado por eles aumentaria o fluxo de sangue para o coração, garantindo um melhor equilíbrio entre nutrientes e oxigênio.
O estudo, publicado no periódico "Food and Function", da Royal Society of Chemistry, também descobriu que alguns polifenóis são mais potentes que outros e que sua capacidade de eliminar radicais livres que podem danificar células e DNA é mais importante que a quantidade de polifenóis encontrada em cada fruta.
Saúde
Tracy Parker, da organização British Heart Foundation, diz que a pesquisa confirma a evidência de que o consumo de frutas e legumes reduz o risco de doenças cardíacas, mas faz uma ressalva.
'Nós ainda não entendemos por que, ou se, algumas frutas e legumes são melhores que outros. Mesmo este estudo admite que os cientistas não conseguiram estabelecer nenhuma ligação', diz ela.
'O que sabemos é que devemos comer uma boa variedade de frutas e legumes como parte de uma dieta balanceada, e suco de fruta é uma maneira prática e gostosa de fazer isso. Mas precisamos lembrar que sucos contêm menos fibras e mais açúcar que a fruta original.'

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dieta e exercícios são a fórmula para perder peso também após a gravidez

Imagem atual de Patrícia, com o caçula Miguel no colo (Foto: Arquivo pessoal)
Durante a gestação, o corpo de uma mulher passa por muitas mudanças. A mais visível delas é o aumento da barriga – que resulta, logicamente, também em um ganho de peso. Voltar à forma de antes da gravidez é um desafio que toda mãe encara e não há segredo nem fórmula mágica. Para perder peso depois de um filho, vale a mesma regra do resto da vida: controlar a dieta e fazer exercícios.
“Não há nada muito específico, é alimentação e atividade física”, afirma o endocrinologista Alfredo Halpern, chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas de São Paulo.
“Vale destacar que, enquanto a mulher está amamentando, não pode tomar remédio [para emagrecer]”, completa ele.
Uma mulher com altura de entre 1,55 m e 1,70 m, dentro da média brasileira, costuma ganhar entre 9 kg e 12 kg durante a gestação. Esse peso se deve principalmente ao peso da própria criança, do líquido amniótico (que envolve o bebê no útero), da placenta e do volume de sangue da mãe, que aumenta bastante na gravidez, mas volta ao normal depois do parto.
“A alimentação da gestante tem um teor calórico muito maior”, explica a endocrinologista Cláudia Cozer. Segundo a médica, o consumo de alimentos pode aumentar em cerca de 20% no período e deve voltar ao normal depois do parto.
“Não é o momento propício para fazer dieta. Se houver alguma restrição calórica durante a gravidez, isso altera a nutrição fetal, o que pode ter consequências graves para a criança”, concorda o obstetra Olímpio de Moraes Filho.
Nesse primeiro parto, teve complicações. O filho Daniel nasceu prematuro e ela nem conseguiu amamentá-lo. "Acredito que ai foi o que desencadeou engordar e não mais voltar ao peso inicial", conta Patrícia.
Experiência materna
A publicitária Patrícia Russo, de 39 anos, conhece bem as dificuldades que um parto traz, na prática, para quem quer manter o peso. Ela conta que, desde o nascimento de seu primeiro filho, há 13 anos, nunca mais voltou a ter as medidas de antes.
Desde então, ela vive acima de seu peso ideal. Três gestações vieram: respectivamente um feto natimorto, um par de gêmeas e o caçula Miguel, hoje com três meses. Em todas, Patrícia recuperou o peso que tinha antes da gravidez, mas jamais voltou ao peso ideal. Ela conta que tem uma alimentação saudável e variada, e que já eliminou os 12 kg que ganhou na última gestação.
Exercícios físicos
Se o consumo de alimentos deve crescer, o exercício físico passa a ser o principal aliado das mães que querem manter a forma durante a gravidez. Há restrições, mas nenhuma proibição.
Patrícia na gravidez do primeiro filho, Daniel (Foto: Arquivo pessoal)
“Atividades de impacto devem ser diminuídas no primeiro trimestre de gestação, mas ginásticas com menos impacto continuam permitidas, não tem porque suspender”, diz Cozer, que é uma das diretoras da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Nessa lógica, a hidroginástica é a atividade mais recomendada por Moraes, que é presidente da Comissão de Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). O obstetra lembra ainda que a capacidade respiratória é afetada na gravidez, o que influi no exercício físico.
Na prática, Patrícia confirma o que dizem os médicos. "Fiquei um mês sem empregada em casa, então vi na prática que a atividade física emagrece", brincou. Contudo, mostra como é difícil para uma mãe arranjar tempo para ir à academia e cuidar de quatro filhos. "E a licença maternidade termina mês que vem", acrescentou.
Puerpério
No período pós-parto, chamado na medicina de “puerpério”, a dieta começa a voltar ao normal, mas é preciso levar em conta a amamentação. Além da proibição de remédios, há recomendações para que a dieta seja variada, englobando todos os grupos alimentares.
Alimentos como arroz, pão e batata, muitas vezes vistos como "inimigos" de quem quer perder peso, não devem ser cortados. “Na fase de amamentação, não se pode fazer uma restrição muito grande aos carboidratos”, recomenda Cozer.
Segundo a endocrinologista, as alterações hormonais da gravidez também podem entrar em cena. “O que às vezes influencia são alterações na tireoide durante a gravidez e no pós-parto. Vale a pena fazer exames pra acompanhar”, afirma. O hipotireoidismo, que é comum nessa fase, pode ocasionar ganho de peso.
Quanto ao resguardo, o pior momento são os primeiros dez dias. “A mãe nem dorme direito, a adaptação é difícil”, diz Moraes. Quando o parto é normal e sem complicações, em menos de um mês a mulher já se sente em condições de retomar os exercícios físicos. Em caso de cesarianas, o limite máximo é de dois meses. Naturalmente, ela estará fora de forma e levará um tempo até se readaptar, o que é normal.
Nesse caso, o controle do peso deixa de ser prioridade. “Muitas vezes, a mãe não tem ânimo nem pra cuidar do filho”, conta o médico. Dessa forma, fica inviável pensar em exercícios físicos.
Depressão pós-parto
Segundo Moraes, entre 10% e 15% das mulheres sofrem de depressão pós-parto. “É mais comum no primeiro filho, mas depende das circunstâncias. Ocorre em mulheres com histórico de depressão, gravidez indesejada ou com pouco apoio familiar”, explica o obstetra.
Quando isso ocorre, a inatividade não é o único fator que pode influir no peso. “Toda depressão tem uma tendência a uma alimentação mais compulsiva, com seleção pior dos alimentos”, diz Cozer.

Médicos britânicos criam crânio para menino com doença genética

Síndrome de Apert 1 (Foto: Kitty Gale / Landmark Films / via BBC)
Em um dos lados da sala de cirurgia, o menino Finley, com um ano de idade, está inconsciente. O crânio do paciente foi removido e seu cérebro está exposto.
Do outro lado da sala, o especialista em cirurgias plásticas de reconstrução David Johnson corta, serra e separa as diversas partes do crânio de Finley antes de juntá-las novamente para criar um crânio com novo formato.
Dentro de 30 minutos, o médico começará a colocar o crânio remodelado sobre o cérebro de Finley, costurando o couro cabeludo do paciente, em zigue-zague, de uma orelha até a outra.
No andar de cima, na sala de espera do John Radcliffe Hospital, em Oxford, na Inglaterra, os pais de Finley aguardam, ansiosos, pela notícia de que a operação correu bem e de que seu bebê está seguro.
Foram doze longos meses de espera para o casal Diane e Lee Amey.
Diferente
Quando Finley nasceu, em Salisbury, na Inglaterra, seus pais logo notaram que ele era diferente. "Sua cabeça tinha um formato estranho, com um chifre, como um rinoceronte", disse o pai. "Suas mãos estavam grudadas e seus olhos eram esbugalhados."
Todos nós temos suturas em nossos crânios, elas permitem que o cérebro em crescimento empurre as placas do crânio para que ele se expanda. Em crianças com Síndrome de Apert, no entanto, as suturas são coladas. Isto explica o formato distorcido do crânio de Finley e os olhos esbugalhados.A família foi vista pela Unidade Craniofacial do John Radcliffe Hospital e os médicos constataram que Finley sofria de uma rara condição genética chamada Síndrome de Apert. Crianças que sofrem desta síndrome apresentam vários problemas associados ao crescimento.
Na medida em que o cérebro cresce, a pressão pode aumentar dentro do espaço restrito no interior do crânio da criança e isto pode ser perigoso. O hospital faz complexas cirurgias para remodelar o crânio dos bebês, criando espaço para que o cérebro cresça.
"É como carpintaria em 3D", disse David Johnson. "Muitas das técnicas que usamos são similares (às da carpintaria), porém o material com que trabalhamos é osso." Após quatro ou cinco horas, a cirurgia de Finley é concluída e ele é levado para a UTI.
Os pais veem um bebê que parece diferente após a cirurgia e que é capaz, pela primeira vez, de fechar seus olhos. No entanto, esta não é a última cirurgia a que o menino terá de ser submetido.
Dentro de alguns anos, uma outra operação vai separar os ossos de seu rosto. Depois, ao longo de alguns meses, uma estrutura de metal colocada em sua cabeça irá empurrar os ossos de sua face para a frente.
Síndrome de Apert
Bebês que sofrem da Síndrome de Apert nascem com os dedos das mãos e dos pés colados, então Finley será submetido a outras cirurgias para que consiga usar suas mãos. E embora o problema com seu crânio tenha sido resolvido, sua face não crescerá em proporções normais.
A equipe do John Radcliffe Hospital faz três grandes cirurgias de cabeça por semana. No entanto, apenas 20% dos pacientes com Síndrome de Apert têm uma alteração genética que requer várias operações.
Na maioria dos casos, os bebês nascem com uma das suturas da cabeça colada, normalmente em consequência de pressão mecânica no útero. Nesses casos, apenas uma operação para remodelar seus crânios é necessária.
Além dos cirurgiões plásticos, as crianças são vistas por neurocirurgiões, fonoaudiólogos, optometristas e psicólogos. Os terapeutas oferecem suporte aos pais durante períodos de estresse e também os auxiliam a lidar com o estigma associado à síndrome.
"O mais difícil são as pessoas olhando para ele", disse o pai de Finley, Lee Amey. "No começo, achava isso muito difícil, mas hoje incentivo as pessoas a fazer perguntas para que eu possa explicar o que aconteceu."
"Finley não é diferente de ninguém. Ele apenas parece diferente."