Secretaria de Saúde confirma dois casos de dengue 4 em Salvador

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou, nesta terça-feira (22), dois casos de pacientes infectados com o vírus da dengue (DEN-4), em Salvador. Segundo o órgão, trata-se de dois homens, de 27 e 30 anos, que moram nos bairros Tancredo Neves e Cosme de Farias. Os dois pontos da capital baiana têm índice de infestação superior ao limite de segurança de 1%, que é o recomendado pelo Ministério da Saúde, de acordo com dados da Vigilância Epidemiológica e Proteção à Saúde.

Segundo ela, o próximo passo é controlar a região dos dois bairros onde os pacientes moram. "Estamos investigando, em campo, para saber se as pessoas que estão se infectando agora, na região onde moram os dois pacientes confirmados, para dimensionarmos como está a circulação desse vírus. Vamos intensificar as ações de combate ao vetor, que é a maior preocupação no momento. Os dois pacientes já estão bem e retornaram aos seus compromissos rotineiros. Apesar desses dois casos de DEN-4 em Tancredo Neves e em Cosme de Farias, o bairro onde mais enfrentamos problemas é o da Liberdade, que é mais populoso.""Os dois pacientes tiveram os sintomas normais da doença em fevereiro, antes do carnaval. Fizemos as análises preliminares nos dias 14 e 17 no Laboratório Central (Lacen) de Salvador, que confirmaram se tratar de dengue, sem especificação de qual vírus. Fizemos os exames de isolamento viral e recebemos ontem [segunda-feira (21)] a confirmação do laboratório da Fiocruz, no Rio de Janeiro, de que se trata do vírus DEN-4", disse Alcina Andrade, superintendente da Vigilância Epidemiológica e Proteção à Saúde.

Cuidados extras
A Sesab informou que agentes de combate à dengue farão visitas domiciliares, faxinaços, acompanhamento da verificação do índice rápido de infestação domiciliar e trabalho de mobilização social. A ação terá apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador.

Alcina disse que a circulação do vírus DEN-4 é "endêmico" na Venezuela e já foi registrado no Piauí, Pará, Amazonas e Roraima. "A gente até trabalhou junto com uma equipe de especialistas da Venezuela, em 2009, para conhecermos melhor o vírus 4. Esse vírus, pelo que acompanhamos, tem uma capacidade de disseminação menor que os outros. Não está associado a epidemias explosivas, ele se transmite de maneira mais branda. Não temos a expectativa de uma grande epidemia de dengue tipo 4."

A superintendente ressaltou, mesmo diante deste cenário considerado tranquilo, que os cuidados com a dengue tipo 4 serão reforçados no estado. "Temos uma população inteira suscetível, pois o vírus nunca circulou no estado e todos têm a possibilidade de se infectar. Como já temos mais três sorotipos circulando na Bahia desde a década de 1990, quando tivemos as primeiras epidemias no estado, as pessoas já têm infecção prévia por outros sorotipos e isso aumenta a possibilidade de infecção de forma grave", disse Alcina.

Segundo ela, a predominância na Bahia é de dengue tipo1. "88% dos casos que isolamos em 2011 no estado é de sorotipo 1. Fazemos o monitoramento virológico rotineiro. A cada 10% dos casos são coletadas amostras de sangue para análise de isolamento viral", afirmou Alcina.

Situação no país
A Região Norte concentra a maior parte dos casos suspeitos de dengue no país (31,6% do total), com 49.101 notificações registradas até 26 de fevereiro deste ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Ministério da Saúde. Em todo o país, no mesmo período, 155.613 casos foram notificados – número que representa uma queda de 37% em relação ao mesmo período de 2010.

De acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Região Norte é a segunda menos populosa do país, com 8,3% da população brasileira, à frente apenas do Centro-Oeste, que detém 7,4%. A Região Sudeste é a mais populosa do Brasil, com 42,1% da população, seguida pelo Nordeste (27,8%) e pelo Sul (14,4%).

Segundo o balanço do Ministério, o Sudeste aparece em segundo lugar na lista das regiões com o maior percentual de casos de dengue notificados. A região concentra 27% das notificações (42.092 casos), e é seguida pelas regiões Nordeste, com 18,4% (28.653 casos); Centro-Oeste, com 12,3% (19.066 casos); e Sul, com 10,7% (16.701 casos).