segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Equipe converte celúlas da pele em tecidos cardíacos nos EUA


Cientistas do Instituto de Pesquisas Scripps, nos Estados Unidos, conseguiram converter células da pele em cardíacas, utilizando apenas estruturas maduras no procedimento. A novidade pode levar ao desenvolvimento de novas formas para tratar doenças que envolvam dano ou perda celular como patologias cardíacas, de Parkinson e Alzheimer. Os resultados do estudo foram divulgados na publicação científica "Nature Cell Biology". 

Com a manipulação de quatro genes, normalmente usados para gerar células-tronco pluripotentes induzidas - células adultas que "retornam" ao estágio inicial de diferenciação celular, podendo gerar quase todo tipo de tecido no corpo - a partir de fibroblastos da pele, os pesquisadores conseguiram, em apenas 11 dias, transformar as estruturas da pele em células do músculo cardíaco.

Normalmente, a técnica de indução de células adultas ao estado pluripotente (iPS, na sigla em inglês), faz com que os genes inseridos atuem nas células da pele durante várias semanas. Mas os cientistas do instituto desativaram os genes após poucos dias da inserção. Os fibroblastos não chegaram a se converter em células-tronco de pluripotência induzida, foram diretamente transformadas em células cardíacas por meio de um estímulo.

O estímulo poderia gerar células cerebrais e pancréaticas caso fosse diferente, segundo o estudo, liderado pelo professor Sheng Ding.

Com a nova forma de gerar células cardíacas, o tempo necessário para os genes trabalharem na célula é menor do que pelo método tradicional.

São necessárias, em média, de 2 a 4 semanas para os cientistas gerarem células-tronco de pluripotência induzida a partir de células adultas da pele pelo processo convencional. A eficiência não é grande e, geralmente, apenas uma célula é obtida após a perda de outras milhares. Outras 2 ou 4 semanas são necessárias para, finalmente, fazer as iPS virarem células adultas do tecido desejado.

O próximo passo, segundo o especialista, é conseguir a transformação sem a necessidade de introduzir genes, prática ligada ao desenvolvimento de cânceres.

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