sexta-feira, 24 de junho de 2011

Estudo liga combinação de remédios para idosos a maior risco de morte


Remédios (Foto: SPL)
Um estudo revelou que a combinação de medicamentos usados para combater problemas cardíacos, depressão e alergias podem aumentar o risco de morte e de deterioração de funções cerebrais entre idosos.
Cientistas estimam que metade das pessoas com 65 anos ou mais consomem regularmente tais medicamentos.
A pesquisa foi realizada entre 13 mil pessoas de 65 anos ou mais, pela Universidade de Anglia, na Grã-Bretanha, a partir de dados coletados entre 1991 e 1993 envolvendo medicamentos vendidos mediante a apresentação de receita médica ou outros que dispensavam a apresentação de receita.
O estudo se centrou nos efeitos colaterais desses remédios sobre uma substância química chamada acetilcolina, produzida no cérebro.
A aceliticolina é um neurotransmissor que exerce um papel vital no sistema nervoso, o de passar mensagens de célula nervosa para célula nervosa.
Mas muitos remédios, quando tomados simultaneamente, afetam o funcionamento da acetilcolina.
Classificação
A pesquisa classificou 80 medicamentos de acordo com sua suposta capacidade ''anticolinérgica''. Anticolinérgicos são substâncias extraídas de plantas ou sinteticamente produzidas que inibem a produção de acetilcolina.
Elas foram classificadas em um placar que ia de 1 a 5.
Remédios considerados amenos foram avaliados como sendo de categoria 1. Os de efeitos considerados moderados foram listados como sendo 2. E os avaliados como tendo efeitos severos foram listados na categoria 3.
Pacientes que tomavam uma droga considerada severa, juntamente com outras duas consideradas amenas eram enquadrados na categoria 5.
Entre os considerados moderados figuram o analgésico codeína e o anticoagulante warfarin. Os que foram classificados como severos estão o ditropan, tomado para prevenir incontinência, e o antidepressivo seroxat.
Entre 1991 e 1993, 20% dos pacientes que marcaram 4 pontos ou mais morreram. Entre aqueles que não tomaram medicamentos anticolinérgicos, apenas 7% morreram.
Pacientes que marcaram 4 pontos ou mais tiveram um aumento de 4% na degeneração de suas funções cerebrais.
O estudo não pode, no entanto, concluir que necessariamente os medicamentos causaram morte ou reduziram as funções cerebrais, apenas indica uma associação.

Dieta radical de 600 calorias reverte diabetes tipo 2 em pacientes


Injeção de insulina, tratamento usado contra diabetes (Foto: SPL)
Um estudo publicado em uma revista científica na Grã-Bretanha sustenta que uma dieta radical de 600 calorias por dia durante oito semanas pode reverter diabetes tipo 2 em pessoas recém-diagnosticadas com a doença.
O artigo dos pesquisadores da universidade de Newcastle, publicado na revista científica 'Diabetologia', indicou que a dieta reduziu os níveis de gordura no fígado e no pâncreas de 11 pacientes estudados, ajudando os níveis de insulina a voltar ao normal.
Todos os 11 haviam sido diagnosticados com diabetes tipo 2 até quatro anos antes. Três meses após o tratamento, sete estavam livres da doença. O nível de produção de insulina se manteve estável mesmo após a volta à alimentação normal.
Os pesquisadores disseram que é preciso continuar os estudos para verificar se este efeito é permanente.
O diretor do Centro de Ressonância Magnética da Universidade de Newcastle, Roy Taylor, disse que não recomenda a dieta e que o experimento teve como única finalidade observar efeitos científicos.
'Esta dieta foi usada apenas para testar a hipótese de que, ao perder peso substancialmente, as pessoas 'perdem' também a diabetes', disse o acadêmico.
'Embora este estudo seja com pessoas diagnosticadas com diabetes apenas nos últimos quatro anos, há potencial para as pessoas com diabetes de mais longo prazo tentarem reverter as coisas.'
Redução de peso
A diabetes tipo 2 ocorre quando a produção de insulina, responsável por quebrar as moléculas de açúcar no sangue, é insuficiente, ou quando a insulina produzida não funciona corretamente. Dá-se então um acúmulo de açúcar no corpo.
A dieta fez com que os participantes da pesquisa cortassem radicalmente a ingestão de calorias por dois meses, consumindo apenas alimentos dietéticos líquidos e legumes sem amido.
Depois de uma semana fazendo o experimento, os pesquisadores observaram que os níveis de açúcar no sangue dos pacientes antes do café da manhã já haviam voltado ao normal.
Imagens de ressonância magnética mostraram que os níveis de gordura nos pâncreas dos estudados haviam caído de cerca de 8% - um nível elevado - para em torno de 6%.
Três meses após o fim da dieta, quando os participantes haviam voltado a se alimentar normalmente com ajuda de nutricionistas e dicas de alimentação saudável, os médicos perceberam que a maioria já não sofria da condição.
A pesquisadora Ee Lin Lim, que fez parte da equipe, disse que nem todos se curaram da doença porque 'tudo depende de quanto os indivíduos são suscetíveis' a ela.
'Precisamos descobrir por que algumas pessoas são mais suscetíveis que outras, e então trabalhar com essas pessoas. Nesse estudo, não chegamos a essas razões', disse.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sincronia fraca entre neurônios pode ser a causa do autismo, diz estudo


Um estudo feito com mapeamento de imagens do cérebro identificou um novo marcador para identificar o autismo, que pode se tornar uma forma de diagnosticar a síndrome mais cedo. A descoberta mostrou que o cérebro das crianças com autismo tem menos ligações entre os dois hemisférios.
Nos dois lados do cérebro, há áreas relacionadas à linguagem. A pesquisa associou a força da sincronização entre essas partes à capacidade de comunicação. Quanto mais fraca a ligação, maiores as dificuldades apresentadas pela criança.
O autismo é uma desordem que evolui com o tempo. Hoje, o diagnóstico é baseado apenas em observação comportamental e só pode ser feito após os três anos. Caso estudos futuros confirmem a recente descoberta, o diagnóstico já poderá ser feito a partir de um ano, com exames de ressonância magnética do cérebro. Naturalmente, a detecção precoce auxiliaria o tratamento.
“Num cérebro normal, neurônios de áreas separadas pertencentes a um sistema com uma função particular, como visão ou linguagem, ficam sempre em sincronia, mesmo durante o sono. Nosso estudo mostra que, na maioria dos bebês com autismo, essa sincronia é significativamente mais fraca nas áreas responsáveis pelas capacidades de linguagem e comunicação”, afirmou Ilan Dinstein, um dos autores da pesquisa.
Dinstein é pesquisador do Instituto Weiszman, de Rehovot, Israel, e faz parte também de um grupo de estudos sobre autismo da Universidade da Califórnia, em San Diego, EUA. O artigo foi publicado pela revista médica “Neuron”.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Novo exame pode prever a doença de Alzheimer, diz estudo


Um novo método para diagnosticar indícios da doença de Alzheimer no fluido espinhal pode ajudar a identificar com maior precisão casos em que uma leve perda da memória pode evoluir para a demência total, segundo um estudo divulgado na quarta-feira pela revista Neurology.
"A possibilidade de identificar quem vai desenvolver a doença de Alzheimer bem no começo do processo será crucial no futuro", disse Robert Perneczky, da Universidade Técnica de Munique (Alemanha), que comandou o estudo.
Os atuais exames do Alzheimer no fluido espinhal avaliam desequilíbrios em duas proteínas: a beta-amiloide, que forma placas pegajosas no cérebro, e a tau, que é considerada um marcador de danos nas células cerebrais.
"Quando tivermos tratamentos que possam prevenir o mal de Alzheimer, poderemos começar a tratá-lo muito precocemente, e possivelmente prevenir a perda de memória e de capacidade de pensamento que ocorre com essa devastadora doença."
Vítimas do Alzheimer tendem a ter níveis reduzidos da beta-amiloide e níveis elevados da proteína tau no fluido espinhal, e médicos costumam examinar isso para confirmar se casos de demência são causados pelo Alzheimer.
No estudo, Perneczky e seus colegas procuraram vestígios de um componente importante da beta-proteína amiloide, chamado proteína precursora amiloide (APP, na sigla em inglês).
"Se você está cortando um biscoito, (a APP) é a massa em torno do biscoito que fica para trás", disse Marc Gordon, pesquisador do Alzheimer no Instituto Feinstein de Pesquisas Médicas, em Manhasset, Nova York. "É isso que eles estão mensurando aqui", disse Gordon, que não participou do trabalho.
Os pesquisadores coletaram o fluido espinhal de 58 pessoas com ligeiros problemas de memória, condição que muitas vezes evolui para o Alzheimer.
Após três anos, 21 pacientes haviam desenvolvido a doença, 27 mantinham a dificuldade cognitiva leve, 8 haviam regredido à capacidade cognitiva normal, e 2 haviam desenvolvido uma doença chamada demência frontotemporal, o que as excluiu do estudo.
A pesquisa mostrou que pessoas que evoluíam para o Alzheimer tinham no fluido espinhal, em comparação aos pacientes que não desenvolveram a doença, níveis significativamente maiores desse vestígio da APP, chamado precursor da beta-proteína amiloide.
Em combinação com outros biomarcadores, como a presença da tau e a idade do paciente, o exame tinha uma precisão em torno de 80 por cento ao prever quem iria desenvolver a doença.
Os cientistas descobriram também que a forma da beta-amiloide geralmente usada nos exames não é tão eficaz para prever quais pacientes com deficiências leves irão evoluir para a demência.
O mal de Alzheimer é fatal e não tem cura, mas laboratórios vêm tentando desenvolver formas de evitar sua progressão, e por isso no futuro os novos exames poderão ser necessários, segundo Gordon.

Cigarro aumenta risco de morte por câncer de próstata, diz estudo


Os fumantes com diagnóstico de câncer de próstata correm mais risco de desenvolver tumores agressivos e maior probabilidade de morrer da doença do que os não fumantes, destacaram esta terça-feira (21) cientistas norte-americanos.
Os homens que fumavam na época do diagnóstico demonstraram ter 61% mais chances de morrer por causa do câncer de próstata e 61% mais chances de o câncer voltar em comparação com os que nunca fumaram, afirmaram cientistas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade da Califórnia em San Francisco.
No entanto, a estatística não vale para quem abandonou o hábito 10 anos ou mais antes do diágnostico de câncer de próstata. Eles demonstraram ter risco de recorrência e de morte similares aos dos homens que nunca fumaram, destacou o estudo publicado pelo "Journal of the American Medical Association".
"Estes dados são estimulantes porque há poucos caminhos conhecidos para que um homem reduza o risco de morrer de câncer de próstata", assegurou um dos autores do estudo, Edward Giovannucci, professor de nutrição e epidemiologia de Harvard.
"Para os fumantes, deixar (o hábito) pode reduzir o risco de morrer de câncer de próstata. É outra razão para não fumar", acrescentou.
A pesquisa examinou 5.366 homens diagnosticados com câncer de próstata entre 1986 e 2006. Durante este período, registrou 1.630 mortes, 524 (32%) devido ao câncer de próstata e 416 (26%) de doença cardíaca.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Mães que fumam durante gravidez reduzem colesterol bom de filhos


Fumar durante a gravidez reduz a taxa de colesterol "bom" (HDL) na criança, segundo um estudo realizado por pesquisadores australianos com crianças de oito anos divulgado no site do European Heart Journal, órgão da Sociedade Europeia de Cardiologia.
Segundo o estudo, os filhos de mães que fumam durante sua gravidez apresentam taxas de colesterol HDL de 1,3 milimol por litro, contra 1,5 no caso dos filhos de mães não fumantes.
A diferença foi considerada significativa, segundo este estudo elaborado com 405 crianças de oito anos de idade em bom estado de saúde.
Após levar em consideração diversos fatores (exposição ao tabaco depois do nascimento, duração da lactância, falta de atividade física, massa corporal), a diferença entre uns e outros era de 0,15 mmol/l.
Segundo David Celermajer, professor de Cardiologia na Universidade de Sydney, "os resultados indicam que o tabagismo da mãe gera características negativas na saúde do feto, o que pode deixá-lo predisposto no futuro a ataques cardíacos". Tais efeitos parecem durar pelo menos oito anos e, segundo ele, provavelmente, muito mais tempo.
O professor destaca que os níveis de colesterol "tendem a se manter da infância à idade adulta", e que alguns estudos demonstraram que cada aumento de 0,025 mmol/l nos níveis de colesterol HDL "reduz aproximadamente entre 2 e 3% o risco de problemas coronários".
A diferença de 0,15 mmol/l entre os filhos de mães fumantes e não fumantes representar para os primeiros um aumento dos riscos de problemas coronários "de entre 10 e 15%", de acordo com o especialista.

Estudo mostra que fungos crescem em máquinas de lavar louça


black grained culture
Cientistas encontraram um fungo possivelmente nocivo que cresce em máquinas de lavar louça, sobrevivendo a altas temperaturas, a altas doses de detergentes e a tipos de águas ácidas e alcalinas.
Um fungo negro chamado Exophiala dermatitidis foi encontrado com o fungo E. phaeomuriformis em amostras tiradas de máquinas de lavar louça em 189 lares de 101 cidades em seis continentes.
O resultado do estudo indica que 56% das máquinas de lavar louça apresentavam o fungo na borracha de vedação da porta do eletrodoméstico.
Ambas as espécies "são conhecidas por serem capazes de causar doenças sistêmicas em humanos e frequentemente colonizam os pulmões dos pacientes com fibrose cística", indica o estudo.
Os fungos são organismos "extremófilos" que raramente são encontrados na natureza. Isso sugere que registraram uma benefício evolutivo ocupando um nicho doméstico, encontrando um ambiente ideal no calor e na umidade.
A pesquisa apresentada na última edição do jornal "Fungal Biology" não se concentrou em analisar se o fungo da máquina de lavar louça apresenta alguma ameaça á saúde.
Ele indica que "outros estudos são necessários", dado o risco de mistura genética neste ambiente incomum.
"A coexistência de diferentes genótipos das mesmas espécies permite possivelmente uma recombinação genética, gerando novos genótipos com potenciais patogênicos desconhecidos", indica o artigo.